segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Tanque de peixe-boi no Inpa (AM) reabilita, preserva e reintroduz espécie



Tanque de peixe-boi no Inpa (AM) reabilita, preserva e reintroduz espécie

Local conta com cerca de 50 peixes-bois, entre machos, fêmeas e filhotes.
Dez animais são entregues à associação todos os anos.

O tratador Carlos alimenta um filhote de peixe-boi(Foto: Tiago Melo/G1 AM)

O tanque de peixe-boi do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) abriga, atualmente, cerca de 50 exemplares da espécie. O local é ponto de visitação de turistas, em Manaus, e também espaço onde eles passam por reabilitação. Três adultos estão em processo de reintrodução ao meio ambiente. "Recebemos todos os anos, cerca de dez filhotes órfãos de peixes-bois, de instituições como o Ibama, o Batalhão Ambiental da Polícia Militar e da Secretaria de Meio Ambiente", afirmou o diretor da Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa), Jone Cesar Fernandes Silva. "É assim que tudo começa", completou Jone. A Ampa, organização não governamental, fundada no ano de 2000, com o objetivo de captar recursos para promover ações de proteção e conservação do peixe-boi da Amazônia, também abriga lontras neotropicais, ariranhas, botos vermelhos e tucuxis. De acordo com o diretor da Ampa, os filhotes órfãos geralmente têm suas mães mortas por caçadores. "Antes da lei de 1967, a carne, o óleo e o couro do peixe-boi eram comercializados legalmente. Hoje em dia os caçadores o pegam somente para comer. Há dois tipos de caçadores, o de subsistência e os que comercializam a carne do animal, que é tida pelo provo como uma iguaria", disse Fernandes. Os filhotes chegam à Ampa debilitados pela falta de alimentação correta, no caso, o leite materno. "Fazemos exames, incluímos complexos vitamínicos e isolamos dos demais, aqueles filhotes que chegam enfraquecidos. Após esta primeira etapa de reabilitação, eles são encaminhados a pequenos tanques aquáticos que dividirão com outro filhote de peixe-boi, pelos próximos três anos", informou o diretor. Jone Fernandes explica que cada peixe-boi filhote consome, em média, cerca de 4 litros de leite por dia. "O leite que damos aos bebês é reproduzido artificialmente nos laboratórios da Ampa e foi criado a partir do leite materno da nossa 'mãezona', a Boo. Ela é a mais velha do parque, com 38 anos, e foi a primeira filhote a chegar aqui, ainda no ano de 1974".


Quando na fase juvenil e adulta, os mamíferos aquáticos se alimentam essencialmente de frutas e verduras. De acordo com Fernandes, são digeridos cerca de 600kg de frutas, verduras, legumes e capim, todos os dias pelos 50 peixes-bois que habitam as instalações da Ampa, no Inpa.

Para tratar os animais, a Associação conta com a ajuda de seis tratadores e um veterinário, dedicados exclusivamente ao trato dos dóceis peixes-bois. Dispostos em três tanques, com 350 mil litros cada um, os animais são divididos por machos, fêmeas e os filhotes. "Apesar da calma e doçura da espécie, eles podem se mostrar agitados e nervosos na época de reprodução. Devido à 'super população' que já temos da espécie aqui no Bosque, tivemos de separar os machos das fêmeas", explicou Fernandes.

Reabilitação
O diretor explicou que os animais resgatados passam por um processo de reabilitação, onde serão preparados para voltar à natureza. A primeira tentativa da associação foi em 2008, quando foram devolvidos dois machos adultos ao habitat natural. "Usamos o sistema de radiotelemetria, que consiste em plugar um transmissor na cauda do animal e acompanhar seu trajeto via radar. Infelizmente, não fomos felizes em nossa primeira tentativa. Um deles morreu encalhado devido à seca dos rios e o radar do outro se soltou e nós perdemos seu sinal", afirmou o diretor da Ampa.

Para que o mesmo erro não aconteça, novas medidas foram tomadas para garantir a reintrodução segura do animal ao meio natural. "Temos um lago semi natural de 13 hectares para onde os peixes-bois são levados depois do período de reabilitação no Bosque. Desde novembro de 2011 que temos três adultos, dois machos e uma fêmea, em fase de adaptação no lago. Eles passarão de seis meses a um ano, dependendo de seu desenvolvimento, e no futuro tentaremos uma nova reintrodução na natureza", finalizou Fernandes.


Tartarugas são 'flagradas' durante processo de reprodução no Sri Lanka



Tartarugas são 'flagradas' durante processo de reprodução no Sri Lanka

Registro de fotógrafa foi feito durante expedição que buscava baleias. Tartarugas-oliva estão em perigo, segundo a IUCN.



Durante expedição feita na região marítima do Sri Lanka no último fim de semana, pesquisadores registraram o acasalamento de duas tartarugas-oliva (Lepidochelys olivacea). Considerada uma das menores espécies marítimas – chega a medir 60 centímetros – o animal ganhou este nome devido à cor oliva. De acordo com a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês), a tartaruga já está em perigo devido à caça e pode ser encontrada em várias regiões do planeta. (Foto: Ishara Kodikara/AFP)