quinta-feira, 29 de julho de 2010

Por que a sacola de plástico é prejudicial ao meio ambiente?

Por que a sacola de plástico é prejudicial ao meio ambiente?


Entenda o problema das sacolas plásticas e quais as alternativas ambientalmente corretas para transportar suas compras.

De acordo com dados do Pró-teste, as sacolas plásticas duram 200 anos quando soterradas no lixo. Caso sofram radiação solar, somem em um ano. A demora na deterioração deste material é, sem dúvida, um grande problema ambiental, mas a principal questão está no processo de fabricação destas sacolas. Feitas de polietileno (oriundo do petróleo e do etileno), sua produção é altamente poluente ao meio ambiente.

Para amenizar os danos ambientais, muitos supermercados têm usado as chamadas sacolas de plástico oxi-biodegradável, produzida a partir do etanol, e que levam cerca de 18 meses para se decompor. Porém, esta alternativa não resolve todos os problemas, pois este material não é reciclado -- por causa de seu baixo custo, o valor no mercado de reciclagem é muito baixo. Outro problema é que este material, assim como o papel, tem número de reciclagens limitado, porque ocorre redução da resistência a cada reciclagem. 

”Seja do petróleo ou de recursos renováveis, a extração da matéria-prima das sacolinhas plásticas tem impactos ambientais. A vantagem de utilizarmos o recurso renovável é a de que, além de não se esgotar, a fixação do carbono no meio ambiente acontece em menor prazo do que de um recurso considerado não-renovável, porque a sua escala de tempo de recuperação ou formação no meio ambiente é muito maior”, explica a pesquisadora do laboratório de Embalagens do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Mara Lucia Dantas. 

De acordo com dados da campanha “Saco é um saco”, do Ministério do Meio Ambiente, estima-se que o mundo consuma até um trilhão de sacolas plásticas por ano. Segundo a campanha, uma pessoa consuma 66 sacolas por mês no país. 
O bom e velho papel pode não ser tão bom assim
As sacolas de papel são bonitas, mas não são as ideais. Elas têm pouca resistência: rasgam-se com facilidade e estragam quando molhadas. Outro problema é a sua fabricação. “A obtenção da celulose para a fabricação do papel é feita por meio de processos de "cozimento" da madeira com produtos químicos que geram resíduos e que precisam ser tratados para não poluírem os rios”, salienta Mara. 
O papel pardo (kraft) é o mais amigo do meio ambiente, pois não precisou ser branqueado ou tingido. Ele tem a cor natural da celulose, seu processo de fabricação tem menor impacto ambiental, em comparação aos papéis branqueados ou impermeabilizados. 




O que conta é a durabilidade 
O consumidor deve se preocupar com a durabilidade das sacolas, pois quanto menor a produção de sacolas, menor será a poluição ambiental. Seguindo esta lógica, as sacolas de pano, ecobags (feitas com polietileno, porém mais resistentes) e as sacolas de ráfia, aquelas de feira, se tornaram as queridinhas do consumidor consciente. 
É verdade que o processo de fabricação de todas elas é poluente ao meio ambiente - algumas mais, como é o caso da ecobag e da sacola de feira, outras menos, como a sacola de pano. O que conta aí é que todas elas podem ser usada por anos.
Apesar de não ter entrado na moda com a onda ecológica, o carrinho de feira é também uma boa alternativa às sacolinhas plásticas. 


Dica de especialista
Para quem vai ao supermercado de carro : “A alternativa mais ecológica e barata é reutilizar caixas de papelão que alguns supermercados tomaram a iniciativa de disponibilizar para seus clientes levarem os produtos. Dessa forma, o cliente poderá proteger bem suas compras utos até o destino no porta-malas do carro e, ao descartar as caixas, disponibilizá-las adequadamente para a reciclagem”.

Já quem faz compras a pé ou de ônibus, a alternativa são mesmos as ecobags e sacolas reutizilizáveis: “A alternativa mais ecológica e barata é levar sacolas resistentes (fabricadas em lona ou ráfia, por exemplo) para acondicionar os produtos. Pode ser utilizado um carrinho de feira em vez de sacola, dependendo do volume da compra”.