quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Biodiversidade nas regiões tropicais cai 60% em 40 anos


O relatório divulgado hoje, 13 de outubro 2010, pela ONG mundial WWF revelou uma triste ironia: intituladoPlaneta Vivo 2010, o documentou apontou resultados que mostram que o planeta está cada vez “menos vivo”. Segundo o estudo, em menos de 40 anos o mundo perdeu 30% de sua biodiversidade original e, nas regiões tropicais, a queda foi ainda pior: 60% da fauna e flora original foi perdida. 

As espécies mais afetadas foram as aquáticas: houve queda de 70% nas populações que vivem em água doce, nas áreas tropicais, nas últimas quatro décadas, caracterizando o maior declínio de biodiversidade já registrado na história. 

O ritmo com que a fauna e flora estão diminuindo no planeta – e, principalmente, nas regiões tropicais, consideradas de baixa renda – foi classificado como alarmante pelos ambientalistas, mas não significa que os países ricos estão mais conscientes. Segundo o relatório, se a população mundial vivesse hoje de acordo com os padrões de vida dos EUA, por exemplo, seriam necessários mais de 4 planetas para suprir as necessidades de recursos naturais. Enquanto isso, no Brasil, os dados do estudo revelam que a população está longe de ser um exemplo, mas consome muito menos elementos da fauna e flora: pouco mais de um planeta por ano. 

Sendo assim, a explicação para a queda da biodiversidade ser maior nos países de baixa renda é outra: o consumo das nações mais ricas é baseado, em grande parte, no esgotamento dos recursos de fauna e flora que estão disponíveis nos países mais pobres. Ou seja, eles utilizam em maior escala e todos pagam a conta. Seja como for, se todos nós continuarmos a consumir do jeito que consumimos hoje, o mundo todo precisará de, no mínimo, dois planetas Terra para viver em 2030. 

Para evitar que isso aconteça, a WWF pontuou algumas medidas no relatório que podem auxiliar na diminuição do uso da fauna e flora para suprir as necessidades humanas. Entre elas: 
– políticas de proteção em áreas consideradas importantes para a preservação da biodiversidade; 
– atenção aos hábitos de consumo, privilegiando, por exemplo, artigos sustentáveis e certificados e 
– aperfeiçoamento de mecanismos de monitoramento do uso da biodiversidade, para que as empresas se inibam, cada vez mais, na hora de "abusar" dos recursos naturais disponíveis no planeta. 

íntegra do relatório Planeta Vivo, produzido a cada dois anos com a colaboração da ZSL – Sociedade Zoológica de Londres e da GFN – Global Footprint Network, está disponível pela primeira vez em português.