Seriam os golfinhos donos de um poder mágico de cura? O pesquisador e médico Michael Zasloff acha que sim.
O cientista documentou vários incidentes de ferimentos graves nos golfinhos, presumivelmente causados por tubarões. Essas mordidas, algumas maiores que uma bola de basquete, se curaram em semanas, sem desfigurar os golfinhos, lhes causar dor aparente ou tornarem-se visivelmente infectadas.
“É surpreendente. Um animal que evoluiu no oceano sem mãos ou pernas nada mais rápido do que os seres humanos, tem uma inteligência comparável a nossa complexidade social e emocional, e uma cura quase alienígena em comparação com o que somos capazes”, explica, maravilhado, Zasloff.
Segundo o cientista, várias habilidades notáveis trabalham juntas para formar o poder de cura aparentemente milagroso dos golfinhos.
Primeiro, mesmo com uma grande ferida aberta, os golfinhos não sangram até a morte. Como? Zasloff diz que eles usam seu mecanismo de mergulho, que corta o fluxo de sangue para partes pouco importantes de seus corpos, para reduzir o fluxo de sangue que passa pela lesão enquanto ele não coagula.
Segundo, durante o processo de cicatrização das feridas, os golfinhos não mostram sinais de infecção. Os pesquisadores descobriram que sua pele e sua gordura contêm compostos com propriedades antibacterianas, o que pode ajudar a evitar infecções nas feridas abertas.
Os golfinhos também não demonstram reações típicas à dor quando estão se recuperando de tais lesões. Normalmente, uma profunda ferida aberta iria alterar o comportamento de um animal e seus hábitos alimentares por algumas semanas.
Zasloff descobriu que os golfinhos comem e se comportam normalmente, mesmo quando estão seriamente feridos, o que é uma habilidade e tanto.
A capacidade de cura em si já é muito milagrosa. Em questão de semanas, os golfinhos podem substituir completamente o tecido em falta sem mudar um milímetro da forma de seu corpo. Os cientistas desconfiam que essa capacidade regenerativa vem de células-tronco especiais, como alguns anfíbios tem para reconstruir membros.
Segundo Zasloff, a compreensão das habilidades de regeneração do golfinho pode ser útil aos seres humanos. As técnicas que esses mamíferos usam para reconstruir seus tecidos podem contar com algum tipo especial de células-tronco ou proteínas, algo que os humanos poderiam se apropriar.
“Esse animal tem uma extrema semelhança estrutural conosco”, disse Zasloff. “E poderia ser uma fonte de informação, um lugar para encontrar algumas respostas a grandes mistérios que nós, como médicos, estamos tentando resolver”, complementa.
Outras proteínas que os golfinhos produzem durante a cicatrização, como um composto para aliviar a dor ou antibacteriano, também poderiam funcionar em seres humanos. Como eles criam seu próprio complexo para alívio da dor, há uma chance que não seria viciante para os seres humanos como muitos analgésicos no mercado hoje.
Fonte: Livescience